A Folia de Reis Magos da Cidade da Cultura
Charangas, grupos de reisados de diversas regiões de Feira, sambadeiras, poesia e muita música. Assim foi a Folia de Reis que ganhou ruas de Feira de Santana, Bahia, neste domingo, 03 de abril, com toda a sua tradição, religiosidade e beleza.
Concentrados no estacionamento do Supermercado São Roque da Avenida Fraga Maia, centenas de pessoas acompanharam o cortejo que reuniu expressões culturais como Ternos de Reis, grupos de Samba de Roda, Os Reis Magos, Maria e José e o Menino Jesus e músicos que encerraram a festa no palco da Cidade da Cultura.
Artistas como Márcia Porto, Pititiu, Ceará, Neném do Acordeon, Gupo Pavão Dourado e tantos outros levaram o público a cantar, dançar e se encantar com tanta beleza reunida no rosto de homens, mulheres e crianças.
De acordo com Asa Filho, a festa desse ano teve um gosto bem especial, pois é resultado de um projeto da ONG Orcare - Organização Artística Reisado de São Vicente, aprovado pela Faz Cultura, do Governo do Estado da Bahia, em 2019, mas que, por conta da Pandemia da COVID 19, acabou sendo adiada e ganhando as ruas e o palco da Cidade da Cultura desde a noite do último dia 31 de março, quando atrações como o Grupo Renascer, O Quarteto de Pau e Cordas, os músicos Juno Leon, Dr Ed, a Confrataria Giramundo, bem como o Asa Filho, animaram a noite de dezenas de pessoas que lotaram a casa para prestigiar os preparativos para o grande dia que este domingo.
As noites ganharam o brilho ainda mais especial com a poesia de Chico Pedrosa e cordéis recitados pelo radialista Nivaldo Cruz. Na tarde deste domingo, centenas de admiradores desta cultura, vindos de várias regiões e distritos de Feira de Santana, diversos grupos ocuparam a avenida com um verdadeiro desfile com atrações que cantaram, dançaram e tocaram instrumentos característicos da festa: pífaros, sanfonas, padeiros, tambores e violões.
É necessário salientar que o Mestre Asa Filho trouxe do distrito de Tiquaruçu essa que é uma tradição de séculos daquele distrito (200 anos de história) e que aprendeu com seus pais a importância de respeitar os rituais, as raízes de festejos populares com base nos ensinamentos bíblicos também. "Por ser uma festa católica, mas que não exclui de forma alguma participantes e crenças de religiões outras, o símbolo do nascimento de Cristo, o Natal, não ficam de fora", frisou Asa Filho, lembrando que a participação popular mostra que a festa , movida a fé e muito samba de roda, se renova a cada ano, e que, portanto, não pode morrer.
Para o cantor e compositor Asa Filho, que durante os últimos anos esteve à frente do reisado, "a festa é do povo e em nome dele deverá ser preservada". É o que foi feito. Enfatiza que o reisado passou por ele, pelo pai, avô e bisavô.
Texto: Agência Viver Mais Comunicação Integrada - Adriana Matos e Cristiane Melo
Fotografias: Cau Preto